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16
Out/18

‘Não tenho que mexer com política agora’

O deputado federal Lúcio Vieira Lima terá de voltar todas as suas articulações para as bases baianas se ainda quiser se manter na política



O deputado federal Lúcio Vieira Lima (MDB) terá de voltar todas as suas articulações para as bases baianas se ainda quiser se manter na política. Depois dos processos envolvendo a família em investigações decorrentes da Lava Jato, que culminaram na prisão do irmão Geddel Vieira Lima, o parlamentar não foi reeleito. Agora, além de enfrentar as ações na Justiça das quais é arrolado, terá que arrumar um novo trabalho. Questionado pela Tribuna sobre como pretende caminhar a partir de agora, Lúcio ironiza: "Com as duas pernas". O emedebista afirma que agora "tem que cumprir o mandato até o final". "Vou cumprir o meu dever", sinaliza. Apesar de negar, segundo informações da coluna Raio Laser, o parlamentar não abandonará a política e deve assumir oficialmente a presidência do MDB baiano (na prática, ele nunca havia deixado a função).

A informação que também circula nos bastidores é que o parlamentar estaria tentando uma aproximação com os partidos da base do governador Rui Costa (PT) - que mantém relações cortadas com o DEM do prefeito ACM Neto. Questionado sobre isso, ele nega. "Você já viu político sem mandato se aproximar de alguma base ou de qualquer outra coisa? Estou agora em fase de reflexão. Não tenho que mexer com política, agora, não. Vou começar a arrumar a minha vida, porque agora estou desempregado. Então, não tenho que pensar em base ou em qualquer outra coisa".

Sobre a polarização política do segundo turno, encabeçada pelos presidenciáveis Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL), o deputado segue a orientação nacional do MDB e também opta pela neutralidade. "Eu sou partidário. Se o MDB anunciou neutralidade, logicamente aqui na Bahia nós vamos seguir a orientação nacional. Ou seja: a direção não vai indicar nenhum caminho e as bases estão liberadas para tomar o rumo que quiserem. Isso não foi só a direção nacional. A partir do momento que saiu essa decisão, na última sexta, liguei para diversos emedebistas e todos acharam melhor isso: liberar as bases para tomar a decisão que for conveniente". Líder das urnas em 2014 com 222.164 votos, o irmão de Geddel obteve apenas 55.743 mil votos em 2018. A queda na votação é atribuída à apreensão dos R$ 51 milhões em um apartamento atribuído ao ex-ministro em Salvador.

‘O Congresso é reflexo da sociedade’ - Lúcio faz uma análise do novo Congresso, mais pulverizado e conservador. "Sempre disse que o Congresso que é eleito, é reflexo da sociedade. A sociedade achou por bem escolher parlamentares mais conservadores. Então, nós temos que respeitar essa vontade do povo e torcer para que dê certo. Estou torcendo para que, quem seja o presidente, faça um bom governo. Esse é um desejo do povo brasileiro. Para que, passada a eleição, esse radicalismo termine e o Brasil se una em torno da administração".  

Lúcio Vieira Lima foi um dos candidatos do MDB que mais recebeu recursos do fundo eleitoral. O parlamentar contou, no total, com R$1.995.000,00 para fazer a campanha. Desse valor, R$1.500.000,00 veio da doação de partido, R$195.000,00 de doação de pessoas físicas e R$300.000,00 de recursos próprios. 

Arrolado nos processos do irmão, Lúcio terá que enfrentar a Justiça assim que deixar o Congresso Nacional. Segundo delação premiada do ex-executivo da empresa Odebrecht, Cláudio Melo Filho, ele teria pedido e recebido vantagens financeiras em troca da aprovação da MP 613, que beneficiava a empreiteira por meio desonerações fiscais. A defesa dele nega as acusações.

Fonte:Henrique Brinco/Tribuna da Bahia
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