Notícias

26
Mai/15

Padre Uilson de Mello: Da Polis (Cidade, casa) a Política

Hoje, gostaria de refletir sobre a compreensão Política na suas gêneses. Para isso, logo de início, recorro aos gregos de modo tímido, já que é quase impossível passear neste ambiente clássico recheado da mais pura compreensão política e expressar em poucas linhas centenas de milhares de anos de um povo político por natureza. 

A compreensão que os gregos tinham de política é algo quase que sagrado. Quero tomar os dois baluartes da Filosofia grega Platão e Aristóteles para pautar a base teórica desta reflexão que hora apresento.

O Pensador Platão, na Obra a República cria uma cidade fictícia para dizer como de fato deveria ser a Polis, Platão pensava a Polis onde todos fossem “úteis” e realizasse aquilo que lhe foi confiado com maior perfeição possível. A administração da Polis deveria ser conduzida e administrada pelo Filósofo, segundo Platão, somente o Filósofo consegue ver o mundo ao avesso, conseguem ter discernimento e audácia para conduzir a Polis sem favorecidos, mas com uma política capaz de pensar a Cidade tendo em vista o bem comum. Para Aristóteles, a Política é a maior e mais pura ciência capaz de transformar e mudar a realidade da Polis. Diz ele na obra Ética A Nicômaco: “... as pessoas de maior refinamento e de índole mais ativa identificam a felicidade com a honra é, pode-se dizer, o objetivo da vida política”. A Polis deve ser governada por gente que tem o princípio da honra, bem como Platão, Aristóteles acredita que esta pessoa é o Filósofo.

Para concluir, diria que a Grécia é uma lição de democracia e de compreensão do que de fato significa Política. A política é vivida na Polis (cidade), a Política é resultado de uma Polis organizada, fecunda, zelada e admirada pelos seus moradores. Neste sentido, a Política na compreensão grega é muito mais que algo burocrático, administrativo, mas politicar, manter relações, enxergar a Polis como um bem precioso de todos, onde seus moradores se sintam membros ativos e contribuintes para a harmonia, a paz, a fraternidade e a alegria de ver a cidade desenvolver através dos diversos braços.

Por Padre Uilson Mello
Filósofo Teólogo e Mestrando em Filosofia da Educação pela a UFP.

Fonte: Blog do Sigi Vilares/Colunistas
()
  Curta nossa pagína
  Publicidades