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02
Nov/22

Os bastidores da politica baiana...

Erros e acertos das campanhas na Bahia

Diante do resultado do segundo turno da eleição, chegou a hora de cada grupo político fazer a avaliação sobre os erros e acertos da última campanha na Bahia. Integrantes da cúpula governista do estado falam que, no início da corrida eleitoral, o clima era de desolação e de baixo engajamento, após a desistência dos senadores Otto Alencar e Jaques Wagner de entrarem na disputa e da indicação do então secretário de Educação, Jerônimo Rodrigues. 

Da desolação à chegada de Geraldo e vitória 

No primeiro momento, o clima cético era, inclusive, entre atores importantes do PT. Tinha candidato a deputado que já prenunciava a derrota nas urnas. No entanto, a chegada de Geraldo Júnior e do MDB à ala governista serviu para empolgar militantes e a classe política, já que a escolha do governador Rui Costa por Jerônimo parecia não empolgar naquele momento. Geraldo, pelo jeito extrovertido e expansivo, conseguiu imprimir um ritmo de empolgação até então impensado para os PGPs - Programas de Governo Participativo. Isso, aliado à força do ex-presidente Lula, foi possível fazer do desconhecido Jerônimo o novo governador da Bahia. 


Jerônimo Rodrigues e Geraldo Jr

Clima de já ganhou da base fez Neto perder 

Se levarmos em consideração que a disputa estava colocada diante de um político experiente, conhecido do grande público, prefeito de Salvador por oito anos, o cenário se mostrava tenebroso para a campanha governista. O detalhe é que ACM Neto era apontado como favorito absoluto pelas pesquisas desde a divulgação das primeiras amostragens. Favoritismo esse que serviu para muitos apoiadores cruzarem os braços, diante do clima nefasto do "já ganhou". 

Jerônimo e o governo foram subestimados 

Voltaremos aos comentários sobre erros da campanha de ACM Neto. Agora, ficamos com a avaliação da campanha bem sucedida do PT. Na base governista, o discurso usado desde o começo era sobre a importância de vencer em grupo e não isoladamente, numa crítica direta ao adversário do União Brasil, apontado na própria base dele como principal líder do grupo. Para o ex-secretário Luiz Caetano, subestimaram a força do governo e do próprio candidato petista, de fato, até então desconhecido. 


Jerônimo Rodrigues

Erro estratégico das pesquisas

Num desabafo no domingo, no Palácio de Ondina, logo após a confirmação da vitória de Jerônimo, o ex-prefeito de Camaçari disse que ACM Neto perdeu por adotar estratégias erradas, atreladas à "prepotência" do candidato e de seu grupo político. "Ele é um cara equivocado. Errou na estratégia com aquelas pesquisas. Ele já viu que toda vez que eles usam essa estratégia das pesquisas eles perdem. Perdeu várias vezes e perdeu de novo. Não merece nem comentário. Errou, errou, errou profundamente", disparou. 


ACM Neto

PT pode chegar a 24 anos na Bahia 

Na visão de Caetano, que foi um dos coordenadores da campanha petista, com a derrota na Bahia, ACM Neto pode demorar algum tempo até se restabelecer novamente, já que o PT comanda o estado há 16 anos. "E governará até 2026, podendo ainda tentar a reeleição e ficar até 2030. Por isso eu digo: é igual ao retorno de Brasília. Lá, quando se erra no trânsito, para fazer um retorno demora muito. Ele dançou porque foi prepotente, não respeitou ninguém. Eu penso que Jerônimo e Rui com humildade e competência construíram essa vitória na Bahia".


Jerônimo Rodrigues

"ACM Neto foi um gigante" 

Entre pessoas próximas ao ex-prefeito ACM Neto, a principal justificativa para a derrota para Jerônimo no domingo é a força do ex-presidente Lula na Bahia. "ACM Neto não disputou contra um candidato a governador. Ele disputou a eleição contra Lula", como enfatizou um dirigente de um partido aliado. Paralelo a isso, pessoas mais próximas a Neto criticaram "o uso da máquina administrativa" para viabilizar a manutenção do projeto do PT. "Por isso, afirmo que ACM Neto foi um gigante, ao lutar como lutou e terminar com 4.007.023 votos", completou um deputado do União Brasil. 


ACM Neto

Tempo de luto e de maturar a escolha do povo 

Por mais que as pesquisas indicassem a vitória de Jerônimo no domingo, alguns integrantes da oposição parecem não ter digerido ainda o resultado das urnas. Alguns dizem que estão vivendo luto e que não é possível avaliar erros e acertos do processo agora. Ao questionar um deputado da cúpula do União Brasil sobre quais lições ficaram da eleição, ele foi enfático ao afirmar que não tinham se recuperado do baque ainda: "Portanto, fica difícil fazer qualquer tipo de avaliação mais aprofundada. O tempo é de viver a dor do luto e maturar a vontade do povo baiano". 

Quais os caminhos de ACM Neto?

Em todas as rodas de conversa da política, uma pergunta insiste em circular: Qual o futuro de ACM Neto? Alguns, mais conspiradores, cogitam a possibilidade de ele disputar a Prefeitura de Salvador em 2024. No entanto, esse movimento parece descartado, com a primazia do atual prefeito Bruno Reis ir para a reeleição. Outra possibilidade seria Neto tirar um período sabático e voltar como secretário da gestão municipal, o que é menos provável. 

Tem uma vaga de ministro aí?

Apesar de parecer muito estranho, há quem diga que ACM Neto pode assumir um ministério do governo Lula, na cota do União Brasil, que teria chances de assumir quatro pastas. A operação seria comandada pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado, amigo de Neto. Lula, com o discurso de unidade do país, daria uma sobrevida política ao adversário, neutralizando-o na Bahia. Essa hipótese causa ojeriza no PT local.  


ACM Neto e Cláudio Caiado

Qual o destino de João Roma 

Ex-candidato do PL ao governo baiano, João Roma não vai mais assumir o Ministério da Cidadania, como chegou a ser cogitado antes do resultado da eleição. Com a derrota de Bolsonaro, termina a gestão do ministro Ronaldo Vieira Bento. Com um capital de 738.311 votos na Bahia e a eleição da esposa Roberta Roma garantidos, ele está sendo cotado para auxiliar o governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas.  


João Roma

Prioridades do novo governo 

Em sua primeira fala como governador eleito no domingo, Jerônimo Rodrigues deu a diretriz de como será sua gestão. Ele falou de dois pontos que terão atenção especial: o combate à fome e a geração de emprego e renda. "Iremos atuar ativamente nesta questão aqui na Bahia, em parceria com o presidente Lula, com os prefeitos, com os movimentos sociais, religiosos, empresários e toda sociedade", afirmou Jerônimo.


Jerônimo Rodrigues

Fonte:MUITA INFORMAÇÃO
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