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04
Out/22

Em tom de tristeza e comoção, aulas são retomadas em escola alvo de atentado em Barreiras

Após o ataque que deixou uma aluna morta, as aulas foram retomadas, nesta terça-feira (4), na Escola Municipal Eurides Santana, em Barreiras, no oeste da Bahia.

O clima de retorno foi marcado por tristeza. Pais e responsáveis levaram os alunos até a instituição, e a despedida foi marcada por abraços e emoção.

Na segunda-feira (3), foi realizado um culto ecumênico no local com a presença de pais, alunos, professores e demais funcionários. A celebração foi feita por dois pastores e um diácono.

Na ocasião, houve homenagem à aluna Geane da Silva Brito, 19 anos, que morreu durante o ataque realizado por um adolescente de 14 anos.

Apoio psicológico

De acordo com a Secretaria de Educação, Cultura, Esporte e Lazer de Barreiras, alunos, pais e funcionários da escola tem recebido apoio psicológico.

“É um plano de cuidados elaborado pela Secretaria de Educação, Cultura, Esporte e Lazer, juntamente com a Secretaria de Saúde e Assistência Social, e diversos parceiros”, disse a subsecretária Cátia Alencar.
“Temos a preocupação de fazer com que essa tragédia não paralise as atividades na escola, fazer com que os pais e alunos voltem com segurança. Temos psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais e psicopedagogos especialistas em educação para fazer atendimento na escola desde a semana passada. Qualquer aluno, servidor ou familiar que ainda esteja abalado com a tragédia terá o apoio sociopsicológico para resgatar a confiança na instituição, que é segura”, complementou.

Para conseguir atendimento psicológico, é necessário realizar um pré-agendamento no colégio para que a pessoa seja encaminhada ao profissional.

Além disso, para garantir a segurança no local, o policiamento foi reforçado na região.

“Temos a Guarda Municipal de Barreiras, a intensificação de rondas escolas pela Polícia Militar, bem como a instalação de câmeras de segurança nas escolas da cidade. É um processo licitatório que já está ocorrendo. Além de tudo o que podemos fazer para garantir essa segurança não só aqui, mas em todas as escolas”, explicou a subsecretária de Educação.

Relembre o caso

O caso aconteceu no dia 26 de setembro, pela manhã. O adolescente entrou com um revólver e um facão na escola e atacou colegas. Ele disparou vários tiros, que geraram uma correria no colégio. Com o facão, ele atacou Geane Brito, 19 anos.

Geane era cadeirante e, mesmo não sendo o alvo do ataque, o aluno aproveitou a dificuldade de locomoção para golpeá-la. O corpo dela foi enterrado sob forte comoção, após um cortejo que teve a participação de alunos de diversas escolas. As aulas foram suspensas por uma semana.

Adolescente era introspectivo, diz professora

A professora de inglês do adolescente que atirou na escola disse que ele é um aluno introspectivo e não apresentava comportamento violento.

"Ele era um aluno muito calado. Se expressava poucas vezes nas aulas, mas fazia as atividades escritas com muito capricho. Sempre sentava no mesmo lugar, e se relacionava sempre com os mesmos colegas que estavam próximos a ele. Não era um aluno de muitas amizades, interagia pouco e a interação era sempre com os mesmos colegas", contou Aline Herok.

Ela afirmou ainda que a escola não tinha informação sobre um comportamento violento por parte dele. "Nós não tínhamos conhecimento de comportamento violento, a família nunca nos procurou demonstrando esse comportamento diferente, do aluno. Na sala de aula ele não demonstrava nenhum aspecto de agressividade, de violência, ele era muito calmo, muito tranquilo".

O rapaz, que não teve nome divulgado por ser menor de idade, está hospitalizado sob custódia, após ter sido baleado quatro vezes.

Fonte:G1
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