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09
Ago/22

IPCA pisa no freio em julho e Brasil registra deflação recorde

É o primeiro índice negativo desde a primeira onda da pandemia, em 2020 e a maior variação negativa do plano real e do início da série histórica, em 1980

A queda do preço da gasolina e de outros combustíveis nas bombas ajudou a puxar o IPCA, principal índice de inflação do país, para baixo. E, pela primeira vez em 26 meses, o indicador veio em deflação O IPCA de julho foi de -0,68%, contra 0,67% registrado no mês anterior e dentro da expectativa do mercado. Além de ser a primeira variação de preços no negativo desde o começo da pandemia de Covid-19, que paralisou a economia, é a maior deflação já registrada no Plano Real e, segundo o IBGE, desde o início da série histórica do indicador, em 1980. No acumulado dos últimos doze meses, no entanto, a inflação continua na casa dos dois dígitos, em 10,07%.

Segundo os dados do IBGE divulgados nesta terça-feira, 9, a queda no indicador tem grande influência dos preços dos combustíveis, já que dos nove grupos analisados, apenas transporte e habitação tivereram a variação negativa. No mês, postos passaram a vender gasolina e etanol mais barato devido à redução do ICMS sobre esses produtos em quase todo o país após a aprovação do projeto de lei que estabeleceu um teto de até 18% para combustíveis, uma das grandes vitórias do presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua base.  Além disso, a Petrobras reajustou duas vezes para baixo o preço da gasolina vendida nas refinarias no período.  Como os transportes, grupo no qual os combustíveis estão inseridos, é o de maior peso no IPCA, a redução do preço dos combustíveis ajuda a puxar para baixo.

Os preços da gasolina caíram 15,48% e os do etanol, 11,38%. A gasolina, individualmente, contribuiu com o impacto negativo mais intenso entre os 377 subitens que compõem o IPCA, com -1,04 ponto. Além disso, também foi registrada queda no preço do gás veicular, com -5,67%. 

O gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, destaca que o PL do ICMS também afetou outros grupos, como habitação que também teve o imposto limitado. No mês, o grupo caiu -1,05%, por conta da energia elétrica (-5,78%). “Foram esses dois grupos, os únicos com variação negativa do índice, que puxaram o resultado para baixo”, explica. 

Outro grupo que contribuiu para o resultado da inflação foi vestuário, com uma desaceleração de 1,67% para 0,58%, após apresentar a maior variação positiva entre os grupos pesquisados nos meses de maio e junho devido a queda do preço do algodão.  Também mostrou ritmo de desaceleração o grupo de saúde e cuidados pessoais (0,49%) devido à variação inferior dos valores dos planos de saúde (1,13%), na comparação com o mês de junho (2,99%), e à queda de 0,23% dos itens de higiene pessoal, frente à alta de 0,55% em junho.

Fonte:Veja
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