A Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) sediou, na última terça-feira (22), o curso de Capacitação e Qualificação de Inspetores de Unidades de Beneficiamento de Algodão (UBA), conduzido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) com supervisão do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A formação ocorreu no Centro de Análise de Fibras da Abapa, em Luís Eduardo Magalhães (BA), e reuniu 44 participantes, entre gestores, classificadores e coordenadores das UBAs. O treinamento faz parte do processo de certificação de conformidade da qualidade do algodão brasileiro e atende aos requisitos do Programa de Qualidade do Algodão Brasileiro (PQAB). Na safra 2023/2024, a Bahia teve 92% dos fardos de pluma, participantes do programa, certificados pelo Mapa.

De acordo com a Abapa, a qualificação chegou em um momento estratégico, quando o Centro de Análise de Fibras da Abapa se prepara para dar início à classificação do algodão da safra 2024/2025. A expectativa é de que cerca de 4,5 milhões de amostras sejam analisadas. Na Bahia, a produção está estimada em 787,6 mil toneladas de algodão em pluma, em uma área total de 413 mil hectares ocupados com a cultura. Se confirmada a estimativa de produção, a safra baiana poderá ser em torno de 14% maior do que a registrada no ciclo 2023/2024, que somou 691,3 mil toneladas.

Durante o treinamento, que durou 8 horas, foram abordados os requisitos legais do programa, identidade e qualidade do algodão em pluma, além dos processos de amostragem, apresentação e rotulagem do produto. “O treinamento teve como objetivo qualificar os inspetores de UBA, profissionais responsáveis pela amostragem dos fardos de algodão, que deve seguir rigorosamente os requisitos da Instrução Normativa nº 24/2016 (IN24), do Mapa, alinhada a padrões internacionais. A retirada e o manuseio corretos das amostras garantem resultados cada vez mais confiáveis — algo essencial para a indústria e para toda a cadeia do algodão, pois asseguram maior transparência, credibilidade e rastreabilidade”, explicou Edson Mizoguchi, gestor do Programa de Qualidade da Abrapa.

Sérgio Brentano, gerente do Centro de Análise de Fibras da Abapa, destacou a importância da qualificação dos inspetores, que somam cerca de 170 profissionais atuando no estado. O Centro de Análise de Fibras da Abapa é considerado o maior da América Latina e um dos mais avançados do Brasil, atendendo 100% dos produtores de algodão da Bahia e, desde a safra 2020/2021, também analisa amostras dos estados que compõem o Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). “Essa ação de treinamento eleva o nível dos processos nas usinas e nos laboratórios, que são fundamentais para a imagem da cotonicultura brasileira. Garantir que o processo de amostragem seja bem executado é garantir credibilidade, confiabilidade e rastreabilidade ao nosso algodão”, afirmou Brentano.

Para o diretor executivo da Abapa, Gustavo Prado, apoiar essa capacitação da Abrapa reforça o compromisso da associação com a excelência em toda a cadeia do algodão. “Os inspetores de UBA têm um papel essencial na garantia da qualidade e da rastreabilidade do produto, e investir na qualificação desses profissionais é garantir que o algodão baiano e brasileiro continue sendo referência no mercado internacional. Iniciativas como essa fortalecem não apenas o setor produtivo, mas também o valor da nossa fibra junto à indústria e aos consumidores”, avaliou.

Os inspetores de UBA desempenham um papel fundamental na rastreabilidade e qualidade do algodão beneficiado, sendo responsáveis por gerenciar o processo dentro das unidades de beneficiamento e garantir sua conformidade com as normas internacionais. Entre suas atribuições está a alimentação do Sistema Abrapa de Identificação (SAI) e do Programa Standard Brasil HVI (SBRHVI), assegurando que as amostras e fardos atendam aos padrões exigidos pela Instrução Normativa nº 24/2016 (IN24), do Mapa.