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Jun/25 |
Cacauicultura 4.0: Oeste baiano sedia maior evento da cacauicultura brasileira com foco em tecnologia, mercado e sustentabilidade |
A cacauicultura brasileira tem um encontro marcado com o futuro. Entre os dias 10 e 12 de julho de 2025, os municípios de Barreiras e Riachão das Neves, no oeste da Bahia, sediarão a próxima edição do Cacauicultura 4.0, maior evento técnico e institucional do setor no Brasil. Realizado pela Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), o encontro deve reunir produtores, pesquisadores, técnicos, investidores e especialistas de todo o país e também do exterior, para discutir os caminhos da cacauicultura moderna, com ênfase em tecnologia, inovação e sustentabilidade.
A programação será dividida entre recepção de autoridades, ciclo de palestras técnicas e dia de campo. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas pelo link: https://cacau.wiesoo.com/
O cacau do Cerrado baiano: inovação, produtividade e protagonismo
Com pouco mais de sete anos de introdução no oeste da Bahia, a cultura do cacau se consolidou como uma das grandes apostas do agro nacional. A região — tradicional produtora de soja, milho e algodão — passou a investir na diversificação da matriz produtiva com o apoio de tecnologias de irrigação, mecanização, rastreabilidade e manejo sustentável. O resultado é promissor: áreas com altas produtividades, que já alcançam entre 150 e 200 arrobas por hectare, e um modelo de produção voltado para qualidade e inovação.
“O cacau está nos mostrando o enorme potencial do oeste baiano para além dos grãos. Estamos construindo uma nova fronteira agrícola, com ganhos expressivos de produtividade e qualidade. E o melhor: com sustentabilidade, agregação de valor e visão de futuro”, afirma Moisés Schmidt, presidente da Aiba e um dos idealizadores do evento.
Segundo Schmidt, a Cacauicultura 4.0 é mais do que um encontro técnico — é um movimento que conecta produtores a um novo momento do setor. “Vivemos uma revolução silenciosa, com tecnologias que vão desde o sensoriamento remoto até o desenvolvimento local de mudas de alta qualidade. Esse evento é a oportunidade de compartilhar experiências, aprender e projetar o futuro da nossa cacauicultura.”
A edição de 2025 deve contar com a presença de pesquisadores da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), a agência de pesquisa de cacau do Brasil, Embrapa, Ministério da Agricultura, empresas de genética, representantes da indústria do chocolate e instituições de fomento nacionais e internacionais.
Um novo polo de produção em ascensão
A cacauicultura no Cerrado baiano começou em pequena escala, com áreas experimentais em perímetros irrigados como o de Riacho Grande. A performance inicial surpreendeu os técnicos da Ceplac, que constataram o vigor das plantas mesmo em condições adversas. A partir disso, os investimentos em pesquisa, produção de mudas locais e tecnologia de manejo aceleraram a expansão.
Hoje, além da produtividade elevada, a região oferece vantagens como logística favorável, clima seco com irrigação controlada, e ausência de algumas doenças comuns nas regiões tradicionais, como no sul da Bahia e no Pará. O modelo local também aposta na mecanização do plantio (com sulcos em vez de covas) e em parcerias com viveiros tecnológicos, que devem garantir, nos próximos anos, milhões de mudas com padrão genético superior.