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Jun/25 |
Gleisi na articulação política faz o governo acumular derrotas no Congresso |
Gleisi Hoffmann (PT-PR)
A surra do governo na Câmara dos Deputados, que barrou o aumento do IOF pretendido por Lula (PT) e o ministro Fernando Haddad (Fazenda), marca também mais uma derrota para Gleisi Hoffmann, que completa quatro meses à frente da Secretaria de Relações Institucionais, responsável pela “articulação política” de Lula. Gleisi chegou ao cargo em 28 de fevereiro e, desde então, só piorou a relação do governo com o Congresso. As derrotas têm sido sucessivas.
A oposição obstruiu a pauta da Câmara e conseguiu aprovar a urgência do projeto de anistia do 8/jan. O governo teve de apelar ao STF.
O Congresso estudou, aprovou e sancionou o Dia da Amizade Brasil-Israel. Lula extrapolou o prazo e o Senado teve de promulgar.
O governo petista também foi incapaz de impedir a criação da CPMI do INSS, que teve amplo apoio na Câmara e no Senado.
Na última sessão conjunta, dia 17, Câmara e Senado derrubaram onze vetos de Lula. Agora, deletaram o decreto do IOF por 383x98 votos
A relação entre ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Rep-PB), azedou antes da votação que aprovou a derrubada do aumento do IOF, semana passada. Para Motta, o ministro andou falando mal e quer empurrar para os parlamentares o desgaste com o IOF. Para deputados, o presidente da Câmara diz que nem mesmo deu os 10 dias para que a Fazenda aparecesse com alternativa ao aumento do IOF, que isso é coisa da cabeça de Haddad.
Deputados próximos ao presidente da Câmara dizem que Haddad está para Hugo Motta assim como Alexandre Padilha estava para Arthur Lira.
Para piorar o clima, Haddad é entusiasta da ideia de levar ao STF a crise do IOF, o que é visto como desrespeito pelo Congresso.
Sem a menor disposição para ajudar o governo, a Câmara prepara outras derrotas para Haddad, como derrubar a taxação de LCIs e LCAs.
O queixoso Fernando Haddad (Fazenda) lamenta não ter sido informado da votação que derrubou o aumento do IOF. Pudera: na semana que antecedeu a votação, ele saiu em férias e Lula flanava em Paris.
O Tesouro Nacional aponta que R$2,6 bilhões já foram destinados a emendas parlamentares, este ano, enquanto Flávio Dino, ex-ministro de Lula, faz força para devolver ao governo o poder sobre a liberação.
Com tudo para levar a melhor, Alberto Youssef recorreu a Dias Toffoli (STF) para anular atos da Lava Jato. O doleiro delator da falcatrua entrou na onda de acusar “suspeição” de Sergio Moro. Caras-de-pau.
Já temos uma infinidade de partidos, mas surgiu mais um: o Missão. O Movimento Brasil Livre (MBL) reuniu 547.505 assinaturas pela criação da sigla. Superou em 463 o mínimo necessário de 547.042.
Eventual extradição da deputada Carla Zambelli (PL-SP) não será rápida e deve levar meses para ser decidia, estima o embaixador do Brasil na Itália, Renato Mosca. Há mais de 15 casos pendentes.
O “Gilmarpalooza”, evento em Portugal do ministro Gilmar Mendes (STF), já movimenta as autoridades de Brasília que adoram viajar ao exterior por nossa conta. A ministra Simonte Tebet já confirmou.
O ex-presidente José Sarney agradeceu o carinho recebido ao estrear no Instagram (@sarney), aos 95 anos. O perfil já tem mais de 40 mil seguidores e vídeo com mais de meio milhão de visualizações.
A votação do requerimento para retirar de pauta o projeto que derrubou o aumento do IOF pretendido por Lula e Haddad conquistou seis votos a mais (104) do que o próprio projeto, que foi aprovado por 383 a 98.
...são tantos os temas sobre a mesa do supremo STF que suas excelências, logo logo, irão precisar de ministérios.