Em editorial publicado nesta semana, a revista britânica The Economist criticou o Supremo Tribunal Federal (STF), com ênfase no ministro Alexandre de Moraes. Segundo a publicação, o Judiciário brasileiro acumulou poder demais nas últimas décadas e isso, junto à corrupção política, compromete o funcionamento da democracia.

A revista reconhece que o STF ganhou protagonismo em meio à fragilidade do Executivo e à inércia do Congresso, mas alerta que a Corte tem avançado para áreas que extrapolam suas funções, como o controle do discurso online.

A Economist defende reformas para conter o avanço do Judiciário, como a limitação de decisões individuais, o fim da influência excessiva da Corte sobre a política e maior protagonismo do Congresso em temas como liberdade de expressão online.

“Os brasileiros já perderam a fé em dois dos três Poderes. É essencial evitar uma crise de confiança generalizada no terceiro”, conclui o texto.

“Quanto mais o STF busca administrar a política, mais perde apoio popular”, afirma a publicação, que cita uma pesquisa que aponta que apenas 12% dos brasileiros avaliam o tribunal como “bom” ou “ótimo”, em comparação a 31% em 2022.

O editorial também destaca a atuação de Moraes contra redes sociais e plataformas digitais, como o X (ex-Twitter), de Elon Musk, e critica a falta de transparência nas decisões que derrubaram contas bolsonaristas. A revista observa que essas medidas muitas vezes ocorreram sem aviso ou justificativa clara, e que Moraes tem rejeitado a proposta de um código de ética para o STF.