Notícias

24
Set/21

Gervásio Lima: Tem mal que vem para o mal

O mundo passa constantemente por períodos nebulosos. Os registros de conflitos são desde os primórdios, fazendo parte inclusive do primeiro livro da bíblia, com o relato da morte de Abel - um dos filhos de Adão e Eva -, praticada pelo seu próprio irmão, Caim, depois de ‘uma crise de ciúmes’.

As disputas, principalmente pelo poder, fazem parte da nossa cultura, nós tidos como animais racionais, e até mesmo dos irracionais, com o agravante de nos considerarmos  possuidores da capacidade de discernimento para distinguir o certo do errado.

É sabido que o ciclo de vida humana é voltado para as necessidades de sobrevivência, de acordo com o meio em que se vive, mas, como diversas outras normas de relacionamento, não basta apenas saber viver, mas também saber conviver em sociedade, facilitando as interações e a cooperação entre os semelhantes.

As regras sociais impõem determinadas posturas de comportamentos, estando ligadas diretamente à moral e ao respeito, partes do processo da integração do indivíduo com um determinado grupo cultural. Tensionar as relações com o intento de impor vontades próprias é uma das atitudes mais egoístas e  bizarras possíveis, podendo causar prejuízos não só morais como também caracterizar desvios de conduta. Um  procedimento característico da busca do poder, pelo poder.

Talvez um dos mais simples - mas também sábio e profundo - é o ditado popular ‘o certo não dói’, que deve ser lembrado por aqueles que insistem em incorrer em erros. Se conseguirem compreendê-lo e, quiçá, adicioná-lo ao seu modo de vida, inevitavelmente a cidadania passa a ser um dos sinônimos de ‘não conflito, de harmonia e de paz social’.

Quando não se respeita as regras, em qualquer situação, não adianta procurar culpado. É preciso reconhecer a incapacidade de identificar suas próprias falhas. A provação como demonstração de obediência nada mais é do que uma desculpa do pecador, que, agindo como um delinquente, aposta na absolvição dos seus erros ao justificar o injustificável.

A Bonança e a fartura são frutos do comprometimento com o real e o aceitável. Tem mal que vem para o mal, isso é fato, enquanto o bem sempre vem para o bem. Ledo engano acreditar que eventos ruins podem trazer bons resultados ou levar a consequências favoráveis.

O destino é uma construção, a soma de atitudes praticadas entre o passado e o presente. As consequências pelas atitudes e escolhas, sejam elas positivas ou negativas, nortearão modos de vida e servirá em determinados momentos como teste de sobrevivência. Enquanto isso, dar tempo ao tempo.

É preciso saber viver...
 
Por Gervásio Lima
Jornalista e historiador

Fonte:Blog do Sigi Vilares/Colunistas
()
  Curta nossa pagína
  Publicidades